O SR. JOSÉ MARIA EYMAEL (PDC – SP. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Constituintes, a história de todos os povos, desde os primórdios tribais, assinala preocupações básicas nos indivíduos, quer isoladamente, quer aglutinados naqueles pequenos grupos nômades,depois nos grupos já sedentários e, mais adiante, na forma de nações. São princípios, anseios que se foram cristalizando, edificando, construindo e que resistiram ao tempo. São os princípios que aspiram à liberdade, à justiça e à solidariedade.
É interessante como essas idéias de liberdade, justiça, fraternidade e solidariedade, na alma, no conceito e na linguagem das nações, acabam sempre desembocando em um vocábulo que em todas as línguas acaba por traduzir-se em poucas, mas profundas e eternas letras: Deus. Sr. Presidente, é por isso por delegação do eminente Líder do PDC e da democracia cristã na constituinte, o Senador e Constituinte Mauro Borges, e por delegação de toda a bancada do meu partido, que venho à tribuna reafirmar que a democracia cristã não considera um aspecto meramente adjetivo, decorativo ou formal a implantação do apelo a Deus para que ilumine esta Assembléia Nacional Constituinte.
Ao colocarmos essa premissa fazemos eco à História e, mais, Sr. Presidente, fazemos justiça, sob dois aspectos fundamentais. De um lado a própria alma da Nação brasileira, na sua maioria absoluta irmanada no sentimento de cristandade, acreditando no poder básico da oração, na palavra do Senhor, acreditando que é válido invocar-se o nome de Deus nas horas de dificuldade ou para agradecer-lhe nas horas de regozijo. (Palmas.)
Por outro lado, Sr. Presidente, desde criança aprendemos, em todas as famílias brasileiras, que quão forte e profundo é o poder da oração, o poder da prece, e atrás dessa crença está uma crença maior ainda: a crença na promessa do evangelho. Não é por acaso que se desenvolveu entre nós esta prática. Temos a nosso favor, cristãos do País e de todo o mundo, a promessa eterna do próprio Cristo, que diz em todas as palavras do Evangelho que todo aquele que pedir receberá, e que quando dois ou mais se reunirem em nome de Deus, Ele ali estará presente.
Por acreditarmos profundamente nisso, queremos não abrir mão do direito de invocar o nome de Deus para que, junto conosco, ilumine nossas consciências, nossas vontades e faça com que todos nós construamos a Constituição que a Nação brasileira espera e que leve nosso País a uma sociedade livre,justa e solidária. (Palmas.)